Tem vezes em que eu fico olhando para a cara de algumas professoras e tenho vontade de perguntar: Por que? Por que você é professora? Por que escolheu lidar tão diretamente com seres humanos, se você mesma, as vezes, parece tão desumana? E, principalmente, tenho vontade de perguntar Por que, depois de descobrir que o problema dos outros não era da sua conta, você insistiu?
Fico imaginando o escândalo que isso seria. Ou melhor, fico prevendo. O que eu deixo no plano da imaginação é uma resposta sincera. Embora eu não faça ideia de quê resposta seja esta, nem tenha certeza de que ela existe.
As aulas de Linguística Aplicada tem, sem dúvida, desacomodado alguns de suas cadeiras. Você descobre que, de fato, tudo depende do contexto e até o próprio contexto depende de um contexto anterior para se firmar ou para se negar.
Não entendo nada do que é dito ou feito para inglês ver, até porque os ingleses não se importam e, para eles, somos da terceira divisão... digo, do terceiro mundão. É por isso que, quando os nossos queridos professores vem com aquelas ideias dispostas a mudar o mundo (um mundo que não quer ser mudado, porque se acomodou), eu só fico pensando.. isso é coisa do outro mundo... e com certeza o é.. de outro mundo, de um primeiro mundo. Preconceito? não. Realidade? sim. Por tudo que se houve falar e, que muitos teimam em dizer que é senso comum. O que não parecem perceber é que dizer que todas as nossas opiniões são de senso comum já se tornou tão comum que não tem mais santo que aguente! Salário baixo? Salas lotadas? 40,60,80 horas semanais? Escolas diferentes? "Tu te anima?" O que importa se sou formanda pra dar língua portuguesa, se a escola precisa de um professor de história? Os alunos parecem não merecer uma boa educação e o profissional parece não merecer trabalhar naquilo para o qual se preparou, é o que vejo ser demonstrado. Descaso? Acaso? Caso ou compro uma bicicleta? Tudo isso é senso comum, fala alheia e rima pobre.. nada além disso. Ou melhor, além disso... somente um surto verborrágico.
Mas, desculpem, não era sobre isso eu que eu falava quando comecei a escrever. Falava sobre as professoras. Pensando bem.. falar por quê, se ninguém vai se importar mesmo.. eu não tenho um "Dr." na frente do meu nome. E isso, meus caros, não depende do contexto - infelizmente.